sábado, 8 de novembro de 2008

Agenda do Deputado Clodovil Hernandes / Ubatuba por Meg Ramos


Olá Amigos!

Está semana o Deputado Clodovil, ocupou a bancada da Câmara dos Deputados, no grande expediente para fazer um pronunciamento.
Dado ao espaço limitado desta coluna, impossível transcrevê-lo na íntegra aqui.
Alguns trechos foram selecionados, vocês poderão ler o discurso completo no blog do Deputado, assim que o discurso seja liberado pela Câmara.


“Senhor Presidente, nobres Deputadas e Deputados, é uma grande honra falar para vocês através dessa mágica televisão da Câmara Federal”.
“Falo para vocês que são o meu povo, porque, embora eu esteja no PR e o respeite muito, e goste muito deles, que me acolheram com muito carinho, o meu partido é o BR, eu sou Brasil em todos os sentidos.”

“Eu gostaria de não ser polêmico, e que não usassem esse adjetivo, mas não consigo deixar de ser, porque me incomoda muito essa coisa de ter sido eleito com tantos votos, por tantas pessoas que acreditaram em mim, a despeito de todos os meus trabalhos paralelos: a moda, o teatro, a música, a televisão. Esse povo acreditou em mim como Deputado, e é o que tenho tentado ser, embora eu não seja um Deputado — eu estou Deputado. Mas estou com a dignidade que eu aprendi na minha casa, com a família que me adotou e criou e com as coisas que aprendi na vida durante esses percalços todos, os erros, os acertos, os amigos, os inimigos, isso e aquilo.”

“O Brasil cresceu muito e crescerá sempre, assim espero e desejo, mas eu gostaria que este Brasil crescesse em todos os sentidos e que tivesse palavra, atitude, que se fizesse presente aqui dentro de qualquer maneira.”

“Eu sei que a Câmara dos Deputados é a Casa do povo, mas o povo não sabe onde é a Câmara dos Deputados, e a maioria nunca entrou nem entrará aqui”. Mais do que isso, a maioria não sabe o que se faz aqui.”

“Eu sei que daqui a 2 anos haverá uma nova plêiade de Deputados. Parece que existe na lei nacional a proposta de aumento de Deputados cada vez que o país aumenta a sua população. Imaginem vocês.”

“Eu espero que um dos senhores apresente esse pedido de aumento do número de Deputados, porque eu já estou apresentando o meu pedido de diminuição do número de Deputados. É muito cacique para muito pouco índio.”

“Nós temos que pensar que o País é nosso. Nós somos o povo. Quando colocamos os pés fora daqui, somos iguaizinhos ao Seu Mané, que tem uma lojinha não sei em que bairro e em que lugar. E essa coisa tonta da empáfia do poder, do cargo, essa coisa boba que algumas pessoas têm e fazem questão de exibir, termina ali na porta, porque elas terão os mesmos problemas que todos os brasileiros terão com um mau comando. Se não mudarmos esse comando, com certeza todos nós pagaremos um preço por isso. E muito caro nós vamos pagar.
É preciso diminuir não para prejudicar ninguém. É como se nós tivéssemos uma fábrica, nós tivéssemos muitos funcionários e nós estivéssemos com problema econômico. O que faria essa fábrica? “Diminuiria a mão-de-obra, para que a mão-de-obra que ficasse categorizada trabalhasse muito mais.”

“Eu não tenho medo de trabalho. Ao contrário. Eu gosto muito de trabalhar, para não enlouquecer. Eu sei que o universo me deu o trabalho como a fonte de vida. Se nós não trabalhássemos, o mundo seria um horror. Nós encheríamos a cabeça de coisas inúteis e de porcarias, porque o cérebro desocupado é a residência do demônio mesmo”.

“Mudando de assunto, outro dia, eu estava passando uma emenda a respeito do câncer de próstata, que é uma coisa dolorosa. E pretendo convidar para vir aqui o Dr. Miguel Srougi, que me operou um dos 10 maiores médicos do mundo.
Debato-me todos os dias para que esta proposta seja feita para os pobres, porque o câncer de próstata é realmente muito mal. Mas o problema não é o câncer, o problema é a seqüela. Sei por que eu tive. Peguem um sujeito pobre, humilde, sem instrução e dêem a ele o câncer de próstata. Se ele se opera e acaba impotente, a casa dele virará um transtorno, porque, com certeza, a mulher agirá muito mal a essa impotência.
Vejam quanta coisa existe atrás de uma bobagem!
Outro dia eu me encontrei com um Deputado famosíssimo, que conheço há muito tempo, e disse a ele de minha proposta do câncer de próstata, e ele me disse: “Ah! Eu não preciso, não, eu tenho plano de saúde”. É um absurdo que um Deputado diga isso. “Não vou dar o nome dele, porque jamais daria glória a uma pessoa dessa laia.”

“Todos os meus defeitos citados são defeitos impostos pelo universo. Nunca aprendi ou adquiri alguma coisa aqui para fazer mal para as pessoas. Não é essa a minha proposta.
Pergunto: Quantos brasileiros podem ter plano de saúde? Quase ninguém. Então, deixamos o povo à deriva, todos estamos muito felizes, lindos, com ternos lindos, muito bons, tudo lindo, Brasília é linda! Só vou sossegar no dia em que eu mudar Brasília mesmo, porque Brasília tem que brilhar, porque, se a Capital não brilha, o País não brilha. Podem se matar!
Vou batalhar muito para a diminuição do número de Deputados. Muito! Com todas as forças que tenho no meu coração eu vou batalhar. Por quê? Porque não estou vendo ninguém sentado aqui, as pessoas comparecem quando querem. E no dia em que estive aqui, o Presidente — que não era o Deputado Inocêncio Oliveira, esta pessoa que eu adoro, era outra pessoa — mandou-me calar a boca quando eu disse que parecia um mercado de peixe. E parecia mesmo. Hoje em dia parece à entrada de um convento, porque está um silêncio, não temos nada, tudo está assim. (Risos.)
Então, isso tudo tem que mudar. “Acredito nessas mudanças e que podemos agir.”

“Todas as vezes que fui mandado embora da televisão fui mandado embora porque trabalhei a favor dela. E aqui quero trabalhar a favor desta Casa. Não pensem que quero diminuir o número para prejudicar pessoas. Não! Pode ser que eu seja um deles, não tem importância. Quero que a Casa tenha dignidade. Isso é obrigatório. Todo mundo pode dizer o que quiser de mim, mas não pode dizer que eu não tenho dignidade e nem a cabeça em cima do pescoço. Nem meu pai pode nem o diretor do meu colégio, nem ninguém que convive comigo. Eu faço questão de dizer que não vim para sujar a vida de ninguém.
Então, esse número precisa ser reduzido porque imaginem daqui a 10 anos um número maior, 600 e tantos Deputados, para um país com problemas econômicos. Aonde nós vamos parar, gente? Pensem um pouco. Tenham piedade do povo. Sejam abnegados. Não queiram para vocês. Não temos nada. “Tudo que temos largaremos aqui.”

“Muito obrigado por terem me ouvido. Muito obrigado pela paciência. Tenham uma boa tarde e que o universo os abençoe, para que isto aqui fique uma Casa verde e amarela mesmo, com um BR bem grande. Eu gostaria muito, porque o Brasil é um país lindo. Nunca me senti caipira em lugar nenhum do mundo porque eu tenho honra de ser um bom brasileiro. Gostaria que isso fosse em todos os sentidos. Fiquem com Deus, se é que vocês chamam o universo de Deus, porque eu chamo. As igrejas novas têm deus de tantos nomes, e o deus não é desfragmentado. Deus é único e absoluto, porque a gente conversa conversando com a gente mesmo.
Até a próxima chance que me dêem de falar para vocês. Até logo. (Palmas.)
O Deputado Clodovil, como sempre, parou a Câmara, fez-se silêncio total. Sempre usando de transparência e sinceridade, o deputado Clodovil, após o término do discurso recebeu do Deputado Inocêncio de Oliveira o seguinte comentário :___“- Quero dar meus parabéns ao ilustre Deputado Clodovil Hernandes. S.Exa. não falou para o Plenário; S.Exa. falou para a Nação. Acho que a Câmara é isso”

Fiquem com Deus e até a próxima semana!
Meg Ramos
Assessoria Parlamentar

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