terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma estorinha de amiguinha Monica

Oi, Meg – tudo bem?
Peço sua licença para utilizar-me hoje da nossa salinha para contar uma “estorinha” minha.
Se julgá-la longa ou entediante demais, por favor sinta-se à vontade para não postá-la, ok?
Bem, aqui vai:

No início dos anos 90, eu trabalhava como assistente de atendimento em uma agência de propaganda na Haddock Lobo, uma rua localizada nos Jardins, aqui na cidade de São Paulo.Certo dia, os diretores de atendimento e criação da agência prospectaram por intermédio de amigos em comum, o trabalho de reprogramação visual da logomarca Clodovil Hernandes, o monograma entrelaçado, e foram feitas as apresentações em um almoço.
Dias depois, prontos os roughs, coube a mim ligar para Ubatuba para agendar uma reunião na agência.Liguei, fui atendida por uma senhora gentil, da qual infelizmente não lembro mais o nome ... seria você, Meg? ... e marcamos a tal reunião para a semana que viria.
Pronto, começou o frisson entre as mulheres!!! As assistentes dos diretores em questão não participariam da reunião e então, como vê-lo das nossas salas?Eis que eu e uma amiga que assistia o diretor de criação tivemos o plano perfeito!!!
No dia e horário marcados, estávamos nós duas - sentadas na recepção da agência - interpretando o papel de clientes à espera, e sob pena de retaliação eterna da coitada da recepcionista, caso ela não o deixasse aguardar pelo menos cinco minutinhos na recepção sob a nossa mira ... rsssPouco depois do horário marcado, pelo elevador, a tão esperada chegada!
Na recepção da agência, um senhor todo de branco, em calça e túnica confortáveis, segurando um chapéu na mão esquerda e uma linda bengala na direita, sandálias em couro, perfumadíssimo, diz:- “Meu amor, acho que não preciso me apresentar, não? Fale que eu estou aqui!”
Lembrando-se da sentença de morte, a recepcionista ofereceu-lhe água e café, prometendo anunciar-lhe em seguida.
Café aceito, ele sentou-se próximo à nós, aguardando-lhe a chegada.Olhou-nos e fez um comentário breve.
Discretamente então, eu observava aquele senhor alinhado, com certo ar blasé.
Meg, ele não me passou a sensação de ser uma pessoa feliz, entende?Algo no olhar, uma melancolia, não sei.
Não preciso nem dizer que essa encenação tornou à mim e minha amiga Andrea alvos de piada pela agência por um bom tempo, mas valeu a pena.Aliás, o tempo passou e nunca mais a vi – seria bom que a admiração por Clodovil nos unisse aqui no blog ... se ela ler essa história com certeza vai dar boas risadas com a lembrança ... rsss
Meg, você que privou da sua amizade, pode dizer se ele foi um homem feliz?Indubitavelmente talentoso, mas feliz?
Um abraço com carinho.
Monica

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