sexta-feira, 17 de abril de 2009

17 de abril 2008

Tenho-a presente, como agora, aquela
dura noite da triste despedida;
a aragem levemente arrefecida
do barco enfuna a desfraldada vela.

Distante, como em fundo de aquarela,
some-se a mansa vila adormecida,
e a branda luz dos astros refletida
no rio as águas límpidas estrela.

Cena viva que a mente me descreve,
dos amigos em grupos pelo cais
vozes perpassam num sussurro leve;
trocam-se as doces expressões finais...

E, enquanto os lábios dizem - até breve!

Os corações murmuram - nunca mais!
Poesia
"A Partida " de Silva Ramos

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