segunda-feira, 27 de abril de 2009

Clodovil Abre o Jogo / 30 março de 2008


Vendo está entrevista lembrei como ela aconteceu.

Clodovil recém eleito deputado, pediu para que eu recepcionasse e acompanhasse a chegada de Paulo Henrique Amorim e sua equipe de produção até sua casa, para que a entrevista fosse realizada.

Depois de todos celulares passados a mim, fui comboiando através deles a viagem. Chovia assim os atrasos aconteceram.
Achei melhor marcar com Paulo Henrique que o esperaria na entrada do condomínio assim eu os acompanharia a casa. A entrada da casa de Clodovil não é fácil encontrar.

Este pedacinho da “estorinha” de hoje, não fico muito feliz em relembrar.
Quando Paulo Henrique e sua equipe pararam no condomínio, ele gentilmente desceu para me cumprimentar, chovia muito, feitas as apresentações, seguimos a estrada.
Nesse momento, eu perdi um brinco lindo de ouro, só mais tarde dei conta.
Bem...
Chegamos á casa de Clodovil e lá estava ele preparado como sempre para ser entrevistado. Eu fiquei em pé atrás da câmera man, observando tudo.
Todas as vezes que acontecia algo assim, quando alguém de sua confiança o acompanhava , ele tinha por costume dar uns olhares esperando aprovação.
Nesse dia eu não consegui fazer um olhar de aprovação. Quando a entrevista terminou e veio a célebre frase de Clodovil: __Como foi?
Eu respondi:
___Você agora é deputado precisa “pegar mais leve”

Minha opinião pessoal é que, Brasília logo no início de seu mandato, o apavorou.
Clodovil sofria uma série de informações, alguns dizendo a ele o poder de um deputado, outros dizendo que ele havia deixado de ser Clodovil e que deveria exigir o tratamento de Deputado Clodovil. Outros tentando aproximação, muitos bajulando. Alguns tentavam colocar “o poder” dentro de sua cabeça. Situações corriqueiras dentro do meio político, mesmo porquê o tratamento dado em Brasília a qualquer deputado é quase de um semideus.

Acredito que as pessoas esqueciam que ele já era famoso, não precisaria do título de deputado para ser, ele já era.Já conhecia a fama, mas nunca havia tido fama e poder juntos.
Por isso, não gosto desta entrevista, inclusive acho que, se não fosse o inteligente, excelente e decente jornalista Paulo Henrique a conduzi-la, tudo poderia ter sido bem pior.
Se vocês notarem, (para quem tem mais intimidade) até o tom da voz de Clodovil está diferente, um tom mais grave, ofensivo e agressivo às vezes. Sua respiração está ofegante, ele está tenso.
As pessoas muitas vezes criticam as atitudes de Clodovil, mas esses bastidores que agora podemos desvendar, eles nos mostram que
famosos ou não, passam por pressões, influências, conselhos interessados e desinteressados também. A cabeça de qualquer pessoa vira um turbilhão .
Acontece que aqui, não falamos de uma pessoa comum, falamos de Clodovil, uma pessoa de enorme experiência de vida.

Com o passar dos meses, outras crises vieram, é obvio, assim acontece na adaptação a qualquer situação ou cargo novo.
Mas, ele tirou de letra
Em minha opinião, neste ano de 2009 o Brasil ia conhecer Clodovil político amadurecido, ele tinha muitas metas e projetos a realizar.
Nos últimos dias de sua vida fui procurada por uma importante e famosa jornalista do jornal Folha de São Paulo, que se tornou uma amiga.
Ela comentou comigo que embora muitas vezes tivesse criticado Clodovil, havia descoberto que todos os seus projetos eram totalmente isentos de quaisquer benefícios a qualquer tipo de empresa ou órgão governamental.
Ela disse:
___Meg você observou? Todos os projetos de Clodovil beneficiavam apenas o povo, só o povo, nada mais.
Eu sabia claro!
Ele pode ter sido irreverente, mal educado, arrogante, antipático, um “língua solta”, mas ele era acima de tudo, um político bem intencionado.
Pena que se foi... principalmente na atual conjuntura .
Se ele continuasse, eu creio que Brasília, não seria mais a mesma, mesmo!

Fiquemos em paz !

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